Redes sociais: quem usa quais


A utilização das famosas redes sociais de acordo com um inquérito do jornal francês Le Monde. Redes sociais.Todos os dias milhares de pessoas ligam-se e desligam-se das suas páginas.

Qual a sua? MySpace, Facebook, Hi5,Tagged, Friendster. A lista é longa. Ao limpar uma das minhas caixas de correio que já ia nas 8900 mensagens e em 70% da sua capacidade percebi que metade delas eram provenientes das redes onde me tenho registado ao longo dos anos. Já nem sabia que pertencia a algumas, esqueci-me disso, e aproveitei então para dar uma volta pelos “meus espaços” já que hoje tenho estado completamente apática quanto a criatividade.

Muito mudou desde o meu primeiro sign up numa delas, justamente o Hi5, que é quem lidera a utilização em Portugal. Para começar, nessa altura tudo estava em inglês e eram oferecidas raras hipóteses de personalização. Não existiam dezenas de aplicações para vídeos, jogos, música, não havia avatares nem gifs animados de toda a qualidade para copy and paste, não havia brincadeiras com fotos, ninguém via qualquer HTML a não ser que desejasse muito, não havia forma de "pimpar" o meu espaço, escolhia-se um template e era só isso e, e ,e já era bem moderno! Não se podiam comparar entre membros as preferências de filmes nem gostos musicais, nem saber o que pensavam sobre o último CD comprado, nem havia cyberbebidas nem abracinhos gráficos para enviar uns aos outros!Um blogger estava no Blogger, e em alguns outros espaços, lá não havia. Agora há blogues em todas as redes.

Em pouco tempo surgiu isso tudo e, para mim, é quase como se a poluição tivesse baixado à cidade. Demasiado stuff. Agora há lá de tudo para tudo, sobretudo para brincar e perder tempo. É claro que também podemos prescindir de toda essa parafernália, manter a rede simples. Podemos controlar quem adicionamos, e ainda criar grupos dentro da comunidade. É incontornável:toda a gente anda por lá, novos, velhos, anónimos, músicos, artistas, empresários, candidatos presidenciais!É uma espécie de doença, uma epidemia silenciosa que corre pela internet. Toda a gente anda a coleccionar amiguinhos mesmo que depois nunca lhes enviem nem um smile! Alguém teve a ideia, embrulhou-a em códigos e passou o bichinho aos outros, que por sua vez o passaram a outros, uns vão ficando contaminados, outros não.

Eu própria comecei por controlar rigorosamente quem adicionava. Depois, quando a novidade se fez velha e desinteressante, abri a porta aos estranhos mas nunca os convidei a passar do hall. Hoje esses contactos são o equivalente das pessoas que se cruzam comigo, ombro com ombro, na minha cidade.Conheço-os de vista, nada mais. Mas estão lá, na minha comunidade mais periférica. Conheço um punhado desses contactos, fiz algumas amizades bem simpáticas, mas desconheço a maior parte: não seria viável conhecê-los todos, não faria mais nada na vida!!!Assim na rede como na realidade.

Como podem ver pelo mapa acima na imagem as redes são um caso sério de disseminação mundial.Quando o primeiro convite para o Hi5 apareceu na minha caixa de correio eu achei engraçado que as pessoas se pudessem associar na net um pouco à semelhança do que faziam fora dela em certas instituições. Aderi mas nunca fui realmente uma utilizadora empenhada possivelmente porque os blogues me apanharam primeiro. Hoje sei que não gosto assim tanto do movimento associativo e que nem sequer tenho um perfil gregário. Agora não há quem me convença a aceitar mais convites nem para uma associação com sede na Rua da Solidariedade e nem para redes.

Apesar de parecerem simples a  simplicidade das redes é aparente. Desde logo quando começo a pensar para que servem as redes a minha cabeça dá voltas, e porquê? Porque elas servem para o que quisermos fazer com elas, nem mais nem menos. A sua malha pode ser tão lassa ou tão apertada quanto queiramos, a sua implicação na nossa vida pode ser incipiente ou profunda. Cenários de aprendizagens, de interajuda, cenários negociais, sentimentais, intelectuais ou de puro passatempo são possíveis.Utilizações positivas ou, pelo contrário, directa ou indirectamente de risco que colocam também novos desafios à sociedade, como por exemplo, o cyberbullying. Através da minha breve experiência, apesar do pouco tempo que ainda passou, já vi que as redes evoluem. Nesta trama complexa de perfis e conteúdos e opiniões em contínua edição e contínua recomposição forjaram-se novos comportamentos, alteraram-se rotinas, inventaram-se expressões, e até talvez uma nova forma de pensar e de estar socialmente com o digital. A cybercomunidade está em contínua renovação e expansão, até onde, não faço ideia. O que eu gostava de pensar - mas não tenho tempo nem sabedoria para isso - era como é que estas redes irão moldar as personalidades dos seus utilizadores:alterar-se-á a percepção do mundo que os rodeia?Alterar-se-ão as suas definições das fronteiras do que é real e virtual?

Acontece no dia 8 de Maio o Social Networks Marketing Summit na Latina America, vai decorrer em São Paulo, no Brasil. Organizado pelas empresas Google, Mentez, MySpace, Vostu, Sonico, Joyent, Adobe e Globant, abordará os novos cenários de negócios on-line da web 2.0 e as redes sociais. Eventos como esse multiplicam-se significando, em última análise, o potencial de negócio que este (ainda) novo mundo encerra. Assim sendo prevejo que à semelhança daqueles, outros gigantes irão aparecer ainda, o filão está longe de se ter esgotado. Haja tempo e gente online no globo. Mas para mim começou a perder a piada. A semana passada fui convidada para uma outra espécie de redes menos colossais. Existe uma outra vertente de plataformas que suportam redes chamadas de “marca branca”- pessoas, empresas, criam pequenas redes ajustadas a um propósito bem identificado. Um ilustrador norte americano convidou-me para uma rede por si criada à sua imagem. Os seus membros produzem e trocam entre si ATC (Artist Trading Cards), miniaturas dos seus trabalhos, que coleccionam ao mesmo tempo divulgando a sua arte. A rede está alojada na plataforma NING, que quer dizer “paz” em chinês. Parece-me uma experiência diferente a tentar e já agora a somar às anteriores.Contrastando com as populosas plataformas acima descritas esta é bem mais aconchegante e recatada. Para vosso sorriso, termino com uma mensagem que apaguei numa das caixas de mensagens do Friendster e que, ficou, como outras tantas, sem resposta, “of curse”. O paquistanês escreveu assim:

"hi beautiful whasssup
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Comentários

Capitão Merda disse…
A minha é... nenhuma!
Mundo virtual: pode faltar calor humano mas é mais fácil de se lidar, logo...

Muito interessante.

Beijo.