Amoras silvestres fazem bem à saúde





"As amoras silvestres nativas da flora portuguesa têm um efeito neuroprotector superior ao das variedades disponíveis comercialmente, revela um estudo realizado pelo laboratório da Biologia da Doença e do Stress do ITQB /IBET , em colaboração com o James Hutton Institute, no Reino Unido. Um das razões é o elevado conteúdo em polifenóis."

As primeiras amoras silvestres que me recordo de comer foram apanhadas nas silvas que cresciam rente aos muros do castelo de Montemor-o-Velho, era eu criança. A minha avó apanhou-as e deu-nos os pequenos frutos, a mim e à minha irmã. Ficamos com as mãos tingidas de violeta! Eram estupendas. Depois, já andava no Ciclo Preparatório, em Braga, quando uma amiga me deu dois bichinhos da seda. Eles transformaram-se em borboletas que puseram um número inacreditável de ovos. Mais tarde, lá em casa, eram mais bichos do que eu conseguia contar, espalhados por vários tabuleiros, já que não tivemos coragem de os matar. Foi preciso alimentar a bicharada pelo que eu e o meu pai íamos às folhas das amoreiras - trazíamos sacas de folhas e os bichos eram tantos que se ouviam a roer as folhas com que os cobríamos! E também aí se apanhavam amoras, estas provenientes das árvores, e eram uma delícia. Depois disso nunca mais voltei a comer amoras. Um destes dias descobri um imenso silveiral carregadinho delas - eis algumas na minha mão, na fotografia acima!! - e pouco depois li esta notícia sobre os benefícios das amoras para a nossa saúde.

As amoras podem ser comidas ao natural, não é difícil perceber quando é que as amoras estão maduras, basta observar a sua cor, primeiro são verdes, depois vermelhas e depois pretas, ou melhor, quando têm uma cor roxa muito escura e estão bem gordinhas é que estão no ponto. A amora silvestre que está madura sai dos ramos facilmente. Das flores brancas ou rosadas, entre os meses de Maio e Agosto, sugiram as deliciosas bagas, ou antes, chamam-se pseudobagas por serem um grupo de bagas. Mas também se fazem sobremesas deliciosas com elas e até licor. O doce de amora também é uma maravilha! Se acha que anda a comer açucar em excesso, experimente, de forma gradual, reduzir ou até limitar o açucar que junta ao leite ou ao café. Há muitos anos que deixei de juntar açucar ao leite. No café coloco muito pouco, por vezes nenhum. Isso deixa margem para poder comer umas torradas com alguns dos meus doces favoritos, por exemplo, o de laranja, com aquelas casquinhas duras! Há um bom truque para fazer doces, é usar açúcar gelificante que é açúcar já misturado com pectina. A pectina acelera o processo de cozedura da fruta, ajuda o doce a ficar mais espesso sem ter de estar ao lume muito tempo e além disso pode-se reduzir a quantidade de açucar para metade. A regra costuma ser 1kg de açucar para 1kg de fruta. Com este açucar usa-se metade do açucar, logo, menos calorias.

Este fruto silvestre é de baixo valor calórico, muito rico em vitamina C, magnésio, potássio e fibra. Há muito que é conhecida a sua acção antioxidante, por ser rico em pigmentos naturais, os antocianos e carotenóides. São eles que lhes dão a coloração roxa escura. Sempre ouvi dizer que as amoras silvestres são depurativas, boas para ajudar a eliminar as toxinas do organismo.

Nunca vi amoras à venda e não percebo porquê. Deviam ser exploradas comercialmente! Nesta altura do ano estão por todo o lado e há quem não perca tempo na caça a estas autênticas pérolas negras, um autêntico tesouro silvestre! Há que tomar algumas precauções pois os picos das silvas arranham mesmo! Mas é uma aventura a agendar, a dois ou em família alargada, nem é preciso ser muito bom observador para as descobrir já que vegetam um pouco por todo o lado, desde as bermas das estradas às encostas. Talvez uma oportunidade a explorar!

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